Agora ou nunca: a emergência da política ESG na indústria brasileira

As políticas ESG (Ambiental, Social e de Governança) são a realidade de 49% das 100 micro, pequenas, médias e grandes empresas brasileiras, de capital aberto e privado. É o que diz a Consulta “ESG e a Indústria Brasileira”, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), publicada em julho de 2022.

Praticamente metade das empresas industriais regulamentaram e já estão trabalhando para garantir que os critérios ESG sejam cumpridos na sua estratégia corporativa. Enquanto isso, 31% planejam, porém, sem formalizar a implementação.

Embora os números sejam promissores, ainda existem 19% de empresas que não têm um plano ou não sabem reportar os esforços ESG.

Além dos números, o que se pode entender com base na pesquisa é que, no Brasil, ainda há muitas oportunidades para as empresas explorarem as melhores práticas e tecnologias ESG, caso queiram ser ou permanecer relevantes e alinhadas com as demandas da sociedade atual e dos movimentos que o mercado faz.ESG na indústria brasileira

ESG na indústria brasileira

Entre as muitas razões para uma empresa integrar políticas ESG na sua estratégia global estão o uso sustentável dos recursos naturais e a melhoria da gestão de riscos corporativos. Quem influencia a adoção são o mercado consumidor, os conselhos de administração, acionistas e colaboradores.

Desta forma, independentemente de uma empresa ter consciência do seu papel na implementação de conceitos sustentáveis ​​em todas as suas operações, os diferentes públicos de uma organização têm conseguido provocar esta discussão.

Até porque os benefícios alcançados pelas organizações são mitigação de riscos, valorização da marca, uso sustentável dos recursos naturais, aumento da competitividade da empresa e melhoria da imagem. 

Embora menos mencionados, a atração de investimentos e o fácil acesso aos mercados de capitais e a crédito são questões importantes para cerca de 18% dos entrevistados.

Para as indústrias que já possuem ações ESG ou estão planejando tê-las, o principal desafio é a falta de fornecedores e parceiros que atendam a esses critérios. O pilar considerado mais desafiador é o meio ambiente, com 67%, segundo pesquisa da CNI.

Por que os líderes corporativos deveriam se preocupar com as políticas ESG

Nem todo mercado industrial brasileiro, porém, está preparado para esta conversa.

No Brasil, parte da dificuldade para avançar na implementação de políticas ESG é a dependência de subsídios do Poder Público. Diferentemente do que acontece em países como Japão, Coreia do Sul e China – onde as contribuições são privadas – algumas empresas no Brasil dependem do Governo em suas diferentes esferas para começar a iniciativa.

Isto não é vantajoso para ninguém, porque nem sempre o Governo conseguirá atender a esta demanda e porque é uma questão de sustentabilidade, no sentido mais abrangente da palavra, que as empresas se mantenham atualizadas.

Não pensar em ESG e não agir são atitudes que constituem a receita perfeita para o esgotamento dos recursos naturais, o crescimento das desigualdades sociais e o aumento dos problemas globais, como a diminuição da biodiversidade, a poluição e as alterações climáticas.

É por isso que ajudar as empresas a atingir os seus objetivos de sustentabilidade atrai a atenção dos consumidores e de outras partes interessadas, contribui para reduzir os custos de energia e a utilização de recursos naturais dispendiosos, o que ajuda a aumentar os resultados financeiros, ao mesmo tempo em que ajuda o planeta.

Soluções tecnológicas como estratégia para implementação de políticas ESG

No País, o segmento industrial mais inovador é o químico, com índice de 87%, motivado pelo debate sobre Indústria 4.0.

Mas o que a Indústria 4.0 tem a ver com ESG? Tudo!

Diante dos desafios e demandas latentes, as indústrias precisam de uma parceria confiável para implementar soluções tecnológicas que contribuam para o desenvolvimento de políticas ESG com emergência – e para atender às operações de rotina também.

E, ao contrário do que se poderia pensar inicialmente, ESG é uma forma de inovação, apesar do conceito existir desde a década de 1980. Processamento em nuvem, integração de TI e TO, aprendizado de máquina, inteligência industrial, poder computacional, manufatura avançada e muitos outros avanços tecnológicos são soluções utilizadas de forma abrangente na implementação de políticas ESG. Sabe como?

Como implementar soluções digitais avançadas

Você já sabe que ESG abrange uma série de ações dentro dos pilares Meio Ambiente, Social e Governança para tornar as empresas mais sustentáveis ​​e ao mesmo tempo lucrativas. Você também sabe que inovação tem tudo a ver com ESG, pois são as práticas mais contemporâneas do mercado que levam aos resultados mais marcantes.

Portanto, veja abaixo o exemplo de um cliente real da Braincube, fabricante de papel, e como a empresa utilizou nossas soluções de transformação digital para realizar mudanças drásticas em sua realidade.

A organização em questão utilizava dados de forma isolada em suas fábricas, o que a impedia de encontrar o valor que eles poderiam trazer para a operação.

Ao contar com soluções customizadas da Braincube, passou a ter armazenamento centralizado de dados na nuvem (de materiais, máquinas, laboratórios, lotes e processos). Assim, os diferentes departamentos começaram a compreender os insights que os dados eram capazes de trazer aos profissionais.

Durante a implementação, o primeiro passo foi identificar os critérios ESG que precisariam ser trabalhados para obter um impacto maior nos KPIs. Alguns exemplos:

• Redução no consumo de recursos naturais
• Redução das emissões de CO2 e do consumo de gás
• Redução da geração de resíduos
• Melhoria energética

Para atingir esses objetivos foi necessário melhorar a OEE (Overall Equipment Effectiveness ou Eficácia Geral do Equipamento) de uma caldeira de biomassa. Ao acessar dados históricos foi possível descobrir variáveis ​​relacionadas ao desempenho.

Então, ao executar análises descritivas com o aplicativo Braincube Charts, as novas configurações ideais foram alcançadas. Ao monitorar em tempo real as condições da caldeira, os funcionários conseguiram cruzar as variáveis ​​com a IA e enviar os dados em tempo real para a sala de controle.

As recomendações apresentadas diretamente ao departamento operacional da indústria permitiram que as medidas necessárias fossem tomadas de forma proativa e assertiva.

Como resultado, o fabricante de papel atingiu: 

• OEE da caldeira melhorado de 42% para 65%
• Economia 1,2 milhão de euros no ano, devido à redução do consumo de gás e ao aumento da utilização de biomassa
• Redução das emissões de CO2 da máquina em questão em 30%
• Melhoria significativa das margens e da rentabilidade da operação
• Implementação com sucesso de uma nova cultura baseada em dados

Conclusão

Embora mais de metade das empresas estejam, pelo menos, implementando integralmente os critérios ESG, ainda há um caminho importante a percorrer.

Mesmo para quem já aborda ESG, a jornada pode ser mais leve e fácil com a utilização de soluções digitais customizadas, ideais para as demandas de cada empresa.

Com o exemplo real de um cliente da Braincube, foi possível perceber claramente o valor agregado que a transformação digital traz às empresas que necessitam acompanhar o mercado para que possam manter-se relevantes e sustentáveis.